Os principais erros que deveriam ser evitados na comunicação

            Como não falar


Pior do que não falar é dizer o que não devia, ou se expressar de maneira inadequada. Já ouvi muita gente dizendo que para falar as besteiras que tem ouvido de outras pessoas preferem ficar quietos e não se expor.
Também estou de acordo, mas ocorre que a maioria adota o comportamento extremo de não dizer absolutamente nada. Ora, quem adota essa postura cômoda deixa de aproveitar as vantagens que a comunicação pode oferecer.
Por isso vamos relacionar os principais erros que deveriam ser evitados na comunicação, para que você possa se apresentar seguro de estar agindo de forma correta.



1-Não seja chato
 
Entre os inúmeros “recursos” disponíveis para que uma pessoa possa se tornar chata, dois se destacam por serem insuportáveis: Falar de façanhas ou qualidades próprias e contar histórias longas.
Só fale de você mesmo se for absolutamente necessário.Tenha em mente que, de maneira geral, as pessoas estão interessadas nelas mesmas e não possuem muita paciência para ouvir sobre as suas vitórias. Prefira que os outros descubram seus méritos naturalmente, pelo comentário de terceiros.  Uma história interessante é sempre uma excelente maneira de tornar uma conversa agradável, desde que não consuma muito tempo. Procure resumir os fatos e evitar os detalhes que não fariam falta ao entendimento da sua narrativa. Evite relatar os pormenores das suas viagens e nunca, mas nunca mesmo mostre o vídeo, ou o enorme álbum de fotografias das suas férias, a não ser, evidentemente, para os parentes com quem tem ótimo relacionamento e para os amigos bem íntimos - mesmo assim não exagere.
 

2-Não seja morno
 
Se você, que está falando, não demonstrar que está interessado no seu assunto, não tenha esperança que os outros poderão se envolver com o tema.   É duro agüentar uma pessoa morna, sem vida, que fala como se fosse obrigada a cumprir a penosa tarefa de comunicar um fato.  Ao falar procure se expressar com energia, com entusiasmo, demonstrando assim como aquele assunto é importante para você e como também deverá ser interessante para os outros.   Tome cuidado, entretanto, para não voar sozinho, pois, às vezes, uma pessoa se entusiasma muito com um tema, não percebe que só ela está interessada no assunto e fica distante da realidade dos ouvintes. Procure preparar a emoção das pessoas para que possam acompanhar seu entusiasmo.

3-Não faça trocadilhos
 
O trocadilho é um dos mais desagradáveis tipos de humor que poderíamos encontrar. Há exceções. De vez em quando, aproveitando uma boa circunstância, ligando informações que surgem no próprio ambiente, com inteligência e presença de espírito pronta, seria uma atitude admirável. Mas, ficar batendo carimbos com frases prontas ou jogos de palavras, como por exemplo - você concorda ou... sem corda? Não dá, é insuportável!    Prefira usar a ironia fina, sutil, que demonstra raciocínio elevado e senso de humor apurado.
 

4-Não brinque com os defeitos ou características particulares das pessoas
 
Não faça comentários depreciativos sobre a estatura, o tipo de roupa, o penteado, a calvície, a obesidade e tantos outros detalhes que provocam constrangimento e quase sempre obrigam as pessoas a se desculpar ou fingir indiferença com sorrisos forçados.  Ah, mas ele não liga, é uma pessoa espirituosa e sabe levar na brincadeira. Não acredite nessa reação superficial, pois sozinho, em casa, na frente do espelho, ou deitado no seu travesseiro, talvez ele sofra com esses comentários e o veja como uma pessoa antipática e até maldosa.
 

5-Não seja um piadista
 
Uma boa piada alegra a conversa e torna o ambiente descontraído, mas o excesso de piadas, que obriga as pessoas a rirem sucessivamente, mesmo, às vezes, contra a vontade, faz com que o encontro seja desinteressante, forçado e pesado.    Cuidado, porque é fácil cair na tentação e emendar uma piada atrás da outra, pois como as pessoas começam a rir, quem conta a piada passa a se sentir alvo das atenções e com vontade de prolongar aqueles momentos.    Evite também as vulgaridades. Se você prestou atenção deve ter notado que geralmente as pessoas começam contando piadas leves, de salão, e aproveitam a descontração do grupo para usar todo seu repertório, baixando o nível até chegar à vulgaridade. Esse comportamento quase sempre projeta uma imagem negativa e deixa lembranças muito desagradáveis.
 

6-Não faça comentários preconceituosos
 
Essa história do politicamente correto foi levada ao exagero em alguns países e se transformou em bandeira de gente sem graça.  Agora, tirando os excessos, não se deve nunca fazer comentários que demonstrem preconceitos de raça, cor, religião, sexo ou outros que possam ser considerados agressivos.  Às vezes, a pessoa atingida diretamente pelo comentário não está no local, mas é possível que outras solidárias a ela estejam presentes e a reação poderá ser tão negativa ou até mais ainda do que se ela estivesse ali.Fique atento, pois demonstrar preconceito é de mau-gosto e sinal de falta de inteligência.
 

7-Não interprete personagens
 
Se você já passou dos trinta e cinco, não queira falar como se tivesse dezoito, usando gírias e trejeitos próprios dos jovenzinhos. Por outro lado, se você ainda estiver na casa dos vinte, não queira impostar a voz e construir frases com expressões de pessoas mais velhas.   Esse comportamento tira a naturalidade e as pessoas percebem que você está falando de maneira artificial.  Seja você mesmo que o resultado será sempre muito bom.   É lógico que se você acabou de concluir a faculdade e estiver procurando emprego não poderá continuar com os “papos naturebas que tinha com a galera, cerrrto?”
 
 
8-Não seja chorão
 
Uma doencinha de vez em quando tudo bem, mas tem gente que não resiste a chance de contar os detalhes da sua última operação. E o pior é que sempre tem uma na manga, prontinha para ser usada. Também não fique reclamando da política, dos negócios, da falta de dinheiro, da família, sempre com aquela atitude pessimista de afugentar o mais paciente dos cristãos.  Se encontrar alguém que se comporta dessa maneira também não entre no clima pessimista e procure mostrar outros lados da questão, pois se concordar, você é que pode passar uma imagem desagradável.
 
 
 9-Não faça confidências
 
Sêneca dizia: “O seu amigo tem um amigo e o amigo do seu amigo tem outro amigo, portanto seja discreto”. Fique alerta e não permita que em algum instante de fragilidade você se torne despoliciado e vulnerável, a ponto de passar a confidenciar questões íntimas para pessoas que não estejam tão ligadas a sua vida e que ainda não demonstraram merecer sua confiança.   É muito bom ter um ombro amigo para descarregar os nossos problemas, comemorar nossas conquistas e desabafar nossas aflições.Mas é muito perigoso. Até porque são poucas, pouquíssimas, as pessoas que têm algum interesse sincero pelas nossas intimidades. Portanto, nada de sair falando sobre conquistas amorosas, desilusões, vantagens financeiras e outros assuntos delicados.  Primeiro, porque, como vimos, poucas se interessarão, depois, quase ninguém se preocupará em guardar segredo. E não tem como culpá-los, se nem você que era o maior interessado conseguiu segurar a informação.
 

10-Não faça fofoca
 
Os fofoqueiros estão fazendo o maior sucesso no rádio e na televisão, o que demonstra que as pessoas gostam de ouvir histórias da vida dos outros: Só que as conseqüências geralmente não são boas.
Quando alguém faz uma fofoca, falando da vida de outra pessoa, está na verdade extravasando os seus próprios sentimentos. São os seus medos, suas angústias, seus anseios, sua inveja, suas frustrações que estão sendo aflorados naquele comentário.    Pior ainda é que o comentário nunca termina naquela conversa. Ele se amplia e ganha dimensões que produzem conseqüências que não podem ser previstas.
Quem ouve uma fofoca fica com receio daquele que está falando, pois sabe que quando estiver ausente também poderá ser alvo de comentários.   É muito simples saber se um comentário poderá ser feito ou não - basta imaginar que a pessoa de quem se fala está presente na conversa.   Portanto, nunca devemos falar de uma pessoa ausente o que não poderíamos dizer na sua presença.

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